sábado, 29 de maio de 2010

Sou uma camaleoa

Sou uma camaleoa se existir esse feminino de camaleao,
Se nao existia inventei o termo, assim como me reinvento a cada dia.
A unica coisa sobre mim q nao muda eh a minha insociabilidade,
Nao sou obvia, nao gosto que me leiam facilmente,
nao demonstro meus medos
Nao falo sobre meus problemas, e nao gosto que me perguntem o que eu sinto.
Uso minha armadura de ferro como protecao tanto externa quanto para evitar
Que eu fira o proximo com minha lingua cortante.
Nao eh porque eu queira ser dificil, nao eh porque eu nao tenha meus medos
Nao eh certamente porque nao tenha problemas,
e muito menos porque seja insensivel.
Ao contrario, sinto tanto que talvez o nao falar seja um anestesico natural
Para a dor que advem da alma.
E que nao se alivia pelo simples exteriorizar
boca a fora.
Tenho treinado a capacidade de suportar em silencio as coisas
que nao tem remedio, mas luto contra toda forma de controle que me poda as
maos e os pes.
Nao me rebelo tanto como antigamente ao ponto de me prejudicar para atingir
um objetivo.
Conservo a forte determinacao quanto ao que sei que me faz
bem a cabeca e ao corpo.
Mas sou amaldicoada com a falta de tato social,
o que me faz nao corresponder `a expectativa geral
como que num ato consciente de defesa
pois sei que nao me enquadro nos termos normais de aceitacao.
E se tudo isso que digo me faz parecer alienigena de alguma forma,
eh exatamente isso que sinto e que tento explicar a todos. Sem sucesso.
Pois a alegria das pessoas eh saber tudo sobre os outros e nao sobre si mesmos,
Quando a minha alegria eh, somente, eu saber mais de mim do que de outros.
Sei muito bem quando sou bem quista, e quando nao.
Na ultima hipotese, sou indiferente
ao que ocorre ao meu redor para nao olharem muito na minha direcao.
Vivo feliz sendo como o camaleao.
Que tudo ve mas nao aparece nem faz estardalhaco.

Nao quebre a promessa

Vc ja se prometeu alguma coisa que nao conseguiu cumprir?
Eu prometi pra mim mesma que seria fiel ao meu sentimento
So nao me lembro que sentimentos me tomavam naqueles dias...

Alguns votos eram de fidelidade
Outros de suavidade
E fui franca e fiel a liberdade
Gastei minha mocidade
No empenho de ser jovem.

Abandonei meu pais
Meus amigos e parentes
Mas prometi que cuidaria deles de longe.
E cuido.

Os sentimentos de hoje os tenho amansados
So nao me peca para nomea-los.
Se vejo alguem triste, quero consolar
Se vejo que esta feliz quero estar la
Como na musica,
Meu sentimento agora eh de paz.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

A hora chega pra todos

Como Bras Cubas,
Não tive filhos, não transmiti a nenhuma criatura o legado da minha miséria.

Nao contribui para a sociedade com nenhum feito,
Nao fui generosa com ninguem,
Nao criei nenhuma religiao nova.
Apenas fiz minhas vontades
E deleguei meus deveres a outros.

Quando eu penso que a idade chega pra todos
E em como isso causa ansiedade nas pessoas,
Tento imaginar se terei companhia na viagem.
Pois o trem chega na hora marcada
E todos os passageiros tem seus lugares reservados.
Quem nao tem, fica de pe, mas nao deixa de chegar ao destino.
Os solitarios dormem ou ouvem musica no fone.
Por falta de conversa posso ter um livro -
De preferencia Desassossego
De Fernando Pessoa.